Todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão encontram no trabalho desenvolvido pela categoria dos Servidores Técnicos-Administrativos a sua base de sustentação. No entanto, são muitas as insatisfações da categoria pela falta de atenção e cuidado com o profissional e o ser humano demonstrados pela gestão da UEFS nos últimos anos.
É preciso reconhecer que esta categoria teve, ao longo do anos, direitos reduzidos, suprimidos ou negados, além da redução do número de servidores em diversos setores, com consequente sobrecarga de trabalho, condições de trabalho precarizadas, bem como a ausência de uma ampla política de desenvolvimento e gestão dos servidores amplamente discutida com a categoria e, por fim, não menos grave, a sensação de desamparo institucional com as demandas junto ao governo do Estado.
A Universidade que queremos e que se pretende de Excelência e Inclusiva necessita desenvolver sistematicamente ações para os servidores (técnico-administrativos e docentes) na mesma medida. Ações que devem englobar tanto os servidores de carreira quanto aqueles e aquelas que trabalham nos setores administrativos e laboratórios, em todos os turnos e lugares, dentro ou fora do Campus da UEFS, considerando suas especificidades.
Tais ações estratégicas devem ser precedidas por amplo diagnóstico das condições de trabalho e situação funcional de cada servidor técnico-administrativo e docente. Caberá à Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PGDP) realizar o diagnóstico e elaborar, a partir deste, uma política de gestão amplamente debatida com as categorias dos servidores técnico-administrativos e dos docentes, estabelecendo um planejamento estratégico com ações e metas da implementação da política a serem alcançadas no tempo determinado. Isto inclui, necessariamente, a capacitação através de cursos e oficinas, implementação imediata de direitos devidos que dependam diretamente da UEFS, melhoria das condições de trabalho e articulação contínua junto ao governo para a restauração ou implementação de direitos devidos.
Nosso compromisso é de uma administração democrática, transparente, plural e solidária, focada na mobilização cotidiana dos meios e recursos institucionais para que a UEFS cumpra a sua missão social com a qualidade esperada.
E a isso agregamos o entendimento que a busca da excelência acadêmica jamais poderá ser alcançada sem as melhores e adequadas condições de trabalho e remuneração oferecidas aos nossos servidores (técnico-administrativos e docentes), devendo ser, portanto, o gestor da UEFS, solidário e comprometido com tais causas.
Face às múltiplas atividades desenvolvidas pelo servidor docente que inclui ensino, pesquisa, extensão, administração, orientação etc, o resultado do seu trabalho depende de muitos fatores que a instituição necessita disponibilizar e não tem disponibilizado, levando, em muitos casos, a uma frustração e a busca de soluções externas ao âmbito da UEFS para viabilização de demandas em geral simples, cuja falta de realização só pode ser explicada por uma gestão ineficiente.
Embora seja, em alguns casos, de outra ordem, as mesmas frustrações demonstradas pelos servidores técnico-administrativos são compartilhadas pelos servidores docentes. Faltam, em geral, condições de trabalho e apoio para o desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão:
A maioria das salas de aulas e laboratórios não são climatizados;
A climatização dos espaços administrativos estão precarizadas;
Os quadros nas salas são pequenos; os pincéis não funcionam adequadamente; os equipamentos digitais de projeção (datashows) necessitam de manutenção e atualização e não existem notebooks suficientes para atender as demandas;
As tecnologias de informação e comunicação disponíveis são precárias, impedindo o uso adequado da internet em muitos pontos;
Na biblioteca quase inexiste o espaço de estudo individual e coletivo;
Os laboratórios não recebem os insumos necessários para as aulas práticas;
Os funcionários técnicos dos laboratórios, em muitos casos, ou não existem ou são insuficientes, ou até não possuem a qualificação necessária;
Não há apoio financeiro sistemático para o desenvolvimento de pesquisas;
Não há apoio financeiro sistemático para a publicação de artigos e participação de eventos;
Não há apoio financeiro sistemático para o desenvolvimento de atividades de extensão;
É quase inexistente o apoio para a realização de eventos;
Muitos docentes não possuem espaço, individual ou coletivo, para o desenvolvimento regular de suas atividades de estudo e pesquisa, apelando para o uso de salas de aula ou cantinas.
A lista dos problemas e ausência de soluções é grande e interminável. Em muitos casos a solução envolve baixa alocação de recursos, demonstrando que falta gestão e boa vontade.
Muitos docentes, já conformados com a negativa, ou talvez seja para não se aborrecerem, buscam soluções através de recursos próprios ou de projetos de pesquisa com financiamento externo ou ainda com consultorias ou parcerias externas.
No entanto, não podemos admitir que uma instituição que se propõe ser de excelência não consiga garantir as condições mínimas do trabalho docente. Não é possível que equipamentos sofisticados e caros que auxiliam na realização de pesquisas de alta relevância não possam funcionar por falta de manutenção ou insumos que correspondem a, no máximo, 5% do seu valor, como acontece em alguns casos na UEFS.
Da mesma forma, faz-se necessária a realização de um inventário dos equipamentos para pesquisas instalados na UEFS de forma que possam ser compartilhados (multiusuários) com a comunidade acadêmica, obedecendo a regras específicas a serem definidas com a participação de todos os responsáveis, tendo garantida sua manutenção, aquisição de insumos e técnicos para operação, visando ao aumento do suporte à pesquisa na UEFS.
Garantir condições mínimas de trabalho deve ser uma preocupação cotidiano do gestor, fazendo-o buscar soluções externas quando a possibilidade de solução interna tenha se esgotado. Além disso, demandas de baixo valor para seu atendimento, mas de grande impacto nas condições de trabalho dos docentes e funcionamento dos laboratórios não podem deixar de ser atendidas continuamente, exigindo gestão interna dos recursos e procedimentos ou articulações externas junto aos órgãos de governo para uma solução ágil.
Além disso, a viabilização das demandas docentes será tratada com impessoalidade, devendo, quando houver concorrência de recursos, ser lançado mão de critérios técnicos definidos a priori.
É dever do gestor da UEFS o não conformismo enquanto os servidores não tiverem as condições mínimas de trabalho. A justa demanda do servidor deve ser a sua demanda diária, esse é nosso compromisso com a UEFS de Todos, Todas e Todes.
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