A excelência acadêmica para se concretizar exige uma interação comprometida com a sociedade, uma pesquisa relevante e de impacto e um ensino contextualizado, interdisciplinar e ancorado em uma aprendizagem significativa, entrelaçado em atividades de pesquisa e extensão. A concretização de tais objetivos exige formação em alto nível, intensa interação com a comunidade científica, adequadas condições de trabalho e apoio financeiro. Infelizmente, a precarização da pesquisa na UEFS tem se acentuado bastante nos últimos anos. Essa precarização não é devida unicamente à redução do orçamento da UEFS, é também pela falta de uma política de qualificação relacionada a essa atividade universitária, tornando-nos menos competitivo na busca de novos recursos. Um exemplo disso é que no ano de 2018 a UEFS não conseguiu aprovação em nenhum edital de infraestrutura da FINEP (agência de fomento ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia) e nem do Programa de Internacionalização da CAPES (órgão do Ministério da Educação). Por falta de gestão a UEFS ainda devolve recursos já conquistados, o que é particularmente perverso em um quadro de limitação de verbas como o atual.
Ao mesmo tempo, não se pode pensar em pesquisa e inovação sem considerar a sua relevância e seu impacto social. Nesse sentido, o fortalecimento das atividades de extensão é um componente decisivo para o aprofundamento da relação entre a Universidade e a sociedade. Com a atual exigência da curricularização da extensão em no mínimo 10% da carga horária de cada curso, surge uma grande oportunidade de se cumprir a tão almejada indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Várias disciplinas, grupos e núcleos pesquisa e/ou extensão existentes na UEFS podem desenvolver ações extensionistas para a comunidade, em parcerias com a prefeitura de Feira de Santana, o governo do estado, cooperativas, escolas, unidades de saúde e entidades sociais e governamentais em geral.
A busca pela excelência acadêmica nos tempos atuais exige uma reforma no tripé ensino-pesquisa-extensão que viabilize: um ensino menos disciplinar e mais problematizado, pois a fragmentação esconde as complexidades dos problemas reais e fragiliza a formação inicial; mais integrado com a extensão, para reforçar uma formação baseada em problemas e o desenvolvimento de um profissional cidadão; e mais integrado com a pesquisa, para permitir o desenvolvimento do pensamento científico e portanto crítico e reflexivo.
Responsável por realizar um dos pilares da universidade, que é a produção de conhecimento, a pesquisa em geral exige boa formação, condições favoráveis para a sua realização e interação entre os membros da comunidade científica da área.
Há muito tempo a UEFS tem viabilizado, inclusive com bolsa institucional, a formação de docentes em cursos stricto sensu de alto nível. Porém, o apoio à pesquisa vem sendo negligenciado, mesmo para aqueles docentes recém-formados que não possuam produção acadêmica para concorrer aos editais das agências de fomento, criando um ciclo vicioso difícil de interromper.
Tal situação gera outro importante problema que é a significativa quantidade de doutores na Instituição sem vinculação a programas de pós-graduação stricto sensu, seja porque não existem na área em que atuam ou porque não possuem produção acadêmica suficiente para participar, gerando um déficit de cursos de pós-graduação, considerando os recursos humanos disponíveis.
Desta forma, faz-se necessário realizar um diagnóstico dos projetos de pesquisa cadastrados na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPPG) de forma a levantar as orientações e trabalhos publicados relacionados, de sorte que se permita a elaboração de política de pesquisa e pós-graduação que garanta, através de editais, recursos para recém-doutores, auxílio para publicação e participação em eventos, visando ao aumento sistemático da produção acadêmica e à ampliação ou criação de programas de pós-graduação acadêmicos ou profissionais.
Vale salientar que a pesquisa para ser realizada necessita de espaço físico que, em muitos casos, não existe ou é inadequado. Outrossim, as tão necessárias e exigidas publicações em periódicos QUALIS e as participações em eventos científicos demandam recursos que a UEFS em geral não disponibiliza, obrigando os pesquisadores ao uso de recursos próprios, de projetos de pesquisa com financiamento externo, das bolsas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) ou do Programa de Apoio à Pós-Graduação da CAPES (PROAP), todas as fontes cada vez mais escassas e de alcance limitado.
Ao mesmo tempo, não se pode pensar em pesquisa sem considerar a sua relevância e impacto social. Nesse sentido, o fortalecimento das atividades de extensão é componente decisivo para o aprofundamento da relação entre a Universidade e a sociedade. É verdade também que uma tal relação não pode deter-se apenas no âmbito da extensão, sendo possível tornar-se um espaço natural de pesquisa. Por outro lado, as atividades de extensão são oportunidades privilegiadas de aproximação entre a Universidade e a comunidade através de ações de interesses mútuos, propiciando a troca de saberes e a geração de ambiente adequado para a formação de um profissional cidadão. É fundamental, nesse sentido, para o fortalecimento da extensão, a redução do antagonismo entre docente pesquisador e docente dedicado à extensão.
Diante desse contexto, uma discussão sobre orçamento se mostra imprescindível. Afinal, a preservação da qualidade exigida do ensino, da pesquisa e da extensão depende do aporte de recursos. Sem dúvida é preciso enfrentar medidas de contingenciamento de recursos, mas é necessário também formular políticas que possibilitem a criação de fontes alternativas de receita, sem qualquer prejuízo ao caráter público e gratuito da Universidade, tampouco à qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão, bem como à sua autonomia. Sem desvirtuar, portanto, sua natureza de Instituição Pública. Eis aqui um desafio que só pode ser enfrentado com a participação de toda a comunidade acadêmica por meio de um diálogo franco e ponderado!
Atualizar e ampliar a infraestrutura física e tecnológica necessária para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem nas salas de aula e laboratórios, incluindo acesso a internet via rede wireless, equipamentos de projeção (datashow), tela branca, quadro branco, notebooks, cortinas blackout nas janelas, conexões, aparelhos de som e alto-falantes.
Estabelecer um programa de manutenção preventiva nas salas de aula, tanto para os equipamentos instalados quanto para a infraestrutura física.
Dotar a UEFS de estrutura física e tecnológica para a realização de cursos na modalidade de Educação a Distância (EAD), incluindo videoconferência, de modo a usar a estrutura, também, como apoio aos cursos presenciais.
Realizar capacitação periódica de servidores (docentes e técnico-administrativos) para a preparação de material e uso das tecnologias de EAD, incluindo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Dotar a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação de estrutura capaz de realizar semestralmente cursos, palestras, oficinas e eventos em geral sobre educação superior e suas práticas pedagógicas e uso de tecnologias digitais que contribuam para a melhoria do ensino na UEFS, tanto no processo ensino-aprendizagem quanto no processo de avaliação, com foco, dentre outras coisas, numa aprendizagem ativa e problematizada e numa avaliação contínua e formativa.
Instituir de forma sistemática e por meio eletrônico, incluindo os smartphones, a avaliação discente de cada componente curricular, as condições de aprendizagem e o docente, visando subsidiar ações de melhoria do ensino na UEFS.
Ampliar a rede de internet da UEFS para que os servidores e estudantes possam ter acesso em diversos locais do Campus, visando ao desenvolvimento das atividades acadêmicas.
Realizar diagnóstico permanente sobre encargos docentes e demandas dos cursos de graduação, com especial atenção aos cursos novos de graduação e os cursos de pós-graduação, de modo a subsidiar a contratação de docentes para garantir a qualidade dos cursos.
Realizar diagnóstico dos docentes com doutorado que não estão envolvidos em cursos de pós-graduação, com vistas a oferecer condições para ingressarem em cursos existentes ou implantarem novos.
Promover execução orçamentária eficiente dos recursos destinados aos programas de pós-graduação, considerando as diferentes especificidades e ouvindo todos os interessados.
Atualizar a política de ensino, adequando-a às exigências atuais (aprendizagem ativa e problematizada, empreendedorismo, etc) e definindo princípios a serem seguidos que confiram uma identidade institucional.
Realizar através das Pró-Reitorias de Ensino de Graduação e Pesquisa e Pós-Graduação o acompanhamento anual e sistemático das condições de oferta e andamento dos cursos de graduação e pós-graduação, visando garantir a qualidade e desempenho mínimos esperados nas avaliações do Conselho Estadual de Educação (CEE) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), as quais são realizadas periodicamente.
Realizar junto à Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a coordenação necessária e apoio pedagógico que permitam aos colegiados dos cursos de graduação a alteração curricular, considerando as políticas institucionais de ensino, visando a curricularização da extensão e atualização e modernização dos currículos.
Oferecer sistematicamente aos docentes palestras, cursos e oficinas pedagógicas e de utilização de novas tecnologias, de modo a melhorar o processo ensino-aprendizagem e sua preparação para o acolhimento das demandas em sala de aula de pessoas com deficiência.
Disseminar a cultura do empreendedorismo nos cursos de graduação e pós-graduação através de ações curriculares ou extracurriculares apoiadas e/ou executadas pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da UEFS.
Fazer diagnóstico das condições de funcionamento dos colegiados de graduação e pós-graduação stricto sensu, visando oferecer as condições necessárias para o desempenho satisfatório das atividades.
Garantir o fornecimento de matéria prima, reagentes, ferramentas e instrumentos necessários para a realização das aulas práticas dos cursos de graduação e pós-graduação.
Criar condições de permanência e conclusão dos cursos de Graduação para os estudantes, considerando, inclusive, a oferta adequada das disciplinas dos cursos.
Fortalecer espaços democráticos de deliberação, permitindo que contribuam efetivamente para as discussões acadêmicas, evitando a tramitação açodada de normas institucionais.
Criar e estruturar um Escritório de Projetos para subsidiar o planejamento, elaboração e execução de projetos, a fim de assessorar os pesquisadores na formatação de projetos competitivos para órgãos, instituições e agências de fomento e integrar todos os envolvidos nas ações e consequências de cada projeto institucional, oferecendo suporte administrativo à gestão financeira dos projetos, ao gerenciamento de bens patrimoniais oriundos de projetos e à elaboração de relatórios financeiros e prestação de contas.
Criar uma assessoria, com atuação em conjunto com o Escritório de Projetos, para captação de recursos de fontes diversas, tais como: emendas parlamentares, parcerias com a iniciativa privada, editais da ANEEL, ANP, SUDENE, etc.
Oferecer de forma sistemática cursos e oficinas de elaboração e gestão de projetos e captação de recursos em órgãos nacionais e internacionais, visando qualificar servidores da UEFS.
Montar estruturas físicas e tecnológicas para permitir o exame de qualificação e a defesa de mestrado e doutorado com membros remotos, reduzindo custos e tornando o processo mais flexível, bem como com a possibilidade de ter bancas mais especializadas.
Atualizar a política de pesquisa e inovação, adequando-a às exigências atuais e definindo os princípios a serem seguidos para a construção de uma identidade institucional.
Garantir a contrapartida institucional aos projetos de pesquisa com financiamento externo.
Criar um sistema acadêmico ou adaptar o sistema SAGRES para atender às demandas específicas dos cursos de pós-graduação stricto sensu.
Garantir as condições institucionais que permitam a ampliação da oferta de bolsas de mestrado e doutorado por agências de fomento.
Propiciar a participação da UEFS em programas nacionais e internacionais relacionados à pós-graduação.
Produzir um inventário das linhas de pesquisa em andamento na UEFS para planejar o apoio institucional sistemático aos grupos de pesquisa e aos cursos de pós-graduação.
Criar Revista de divulgação dos resultados das pesquisas desenvolvidas na UEFS ou com a participação de pesquisadores da UEFS, de circulação periódica, visando prestar contas à comunidade interna e externa da produção acadêmica da instituição.
Dotar a Assessoria de Comunicação (ASCOM) e a TV Olhos D'Água de infraestrutura necessária para a realização de reportagens jornalísticas de divulgação científica dos projetos de pesquisa da UEFS, permitindo à comunidade externa e interna o conhecimento dos trabalhos desenvolvidos na UEFS.
Divulgar e estimular os grupos de pesquisas existentes a criarem uma rede de pesquisadores (nacional e internacional), com o intuito de cooperação e visibilidade.
Promover ambiente de integração entre as empresas juniores, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e as incubadoras existentes na UEFS, através da alocação de um espaço para instalação dessas unidades, promoção de hackspace e coworking.
Criar Plano de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da UEFS - PPDI, como forma efetiva de institucionalizar a inovação, estabelecendo no PPDI a previsão e o cronograma de certificação de laboratórios, visando à prestação de serviços.
Regulamentar a política de pesquisa, desenvolvimento e inovação da UEFS.
Regulamentar a participação de professores D.E. em consultorias e em todas as atividades previstas na Lei 13243/16 - marco legal de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Transformar o NIT em uma agência de inovação, capacitada à prestação de serviços de PI&TT para demandantes externos.
Incentivar e apoiar a criação de incubadoras tecnológicas na UEFS.
Desenvolver ações que elevem o padrão editorial das revistas científicas da UEFS, garantindo sua periodicidade.
Induzir a formação de um ecossistema de empreendedorismo (espaços de coworking, aceleradora, incubadora, cursos, bolsas de apoio, mentorias, inserção de atividades relacionadas a mentoria e orientação relacionadas ao tema no PIT dos professores).
Atualizar a política de extensão, adequando-a às exigências atuais e definindo os princípios que precisam ser seguidos para a construção de uma identidade institucional.
Promover seminários no âmbito dos departamentos e colegiados, visando subsidiar os docentes a desenvolverem projetos e programas voltados ao atendimento da curricularização da extensão, estabelecido em 10% da carga horária dos cursos de graduação.
Assegurar recursos orçamentários para o apoio de projetos e programas de extensão, voltados ao atendimento da curricularização da extensão.
Realizar diagnóstico dos projetos e programas de extensão desenvolvidos na UEFS, a fim de levantar as necessidades para o atendimento das demandas do ensino, bem como das potencialidades disponíveis para o estabelecimento ou expansão de parcerias externas.
Estabelecer editais internos regulares de apoio financeiro para o desenvolvimento de atividades de extensão, principalmente relacionadas à curricularização da extensão.
Divulgar sistematicamente na comunidade interna e externa, através da Assessoria de Comunicação (ASCOM) e TV Olhos D'Água, os projetos e programas da UEFS, ressaltando suas atividades e a relevância de seus resultados com o intuito de divulgação das ações da UEFS e prestação de contas à sociedade baiana.
Realizar levantamento de grupos e núcleos de pesquisa que tenham potencial de realização sistemática de atividades de extensão, a fim de promover a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Identificar necessidades das diversas unidades que realizam sistematicamente ações extensionistas junto à comunidade, tais como o CUCA, Observatório Astronômico Antares e os Museus, em vistas de apoio para garantir a continuidade e maior abrangência das atividades.
Fortalecer as atividades de Cursos de Graduação que tem como objetivo o atendimento à comunidade, a exemplo das Clínicas do Curso de Odontologia, da proposta do Ambulatório do Curso de Medicina; da Farmácia Escola e do Serviço de Atendimentos Jurídicos (SAJ), do Curso de Direito, estimulando o desenvolvimento de ações similares nos demais Cursos da UEFS (a exemplo: do Escritório de Engenharia Pública (EPTEC); da Incubadora de Economia Solidária; Projeto UEFS Cidadã, etc).
Apoiar as ações da Equipe de Educação Ambiental (EEA) no desenvolvimento de uma política de educação ambiental e criar políticas dessas ações no Campus Universitário.
Articular convênios e parcerias, com a ajuda da Assessoria Especial de Relações Institucionais (AERI), entre a UEFS e órgãos governamentais, movimentos sociais e entidades em geral, visando ampliar o alcance dos Programas, Projetos e Núcleos de Extensão ou Pesquisa da UEFS.
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