UEFS de Todos: CONSU da UEFS aprova ampliação de Cotas defendida pelo grupo UEFS de TODOS
Com o objetivo de fundamentar o debate sobre a ampliação da política de Cotas na UEFS, o Grupo UEFS de TODOS publicou textos nas suas redes sociais discutindo aspectos fundamentais da política de Cotas, os movimentos que a originou e a construção dessa política na universidade apresentando um diagnóstico dos resultados alcançados pela política de Cotas e abrindo uma questão fundamental para a discussão: Passados 10 anos da criação da política de Cotas, quais foram os seus resultados e em que direção alterar?
Ao mesmo tempo que o grupo UEFS de TODOS promovia a discussão sobre a ampliação da política de Cotas na UEFS, em suas redes sociais, o CONSU avaliava a proposta encaminhada pela CAA/Reitoria para a ampliação dessa política. O CONSU tinha o grande desafio de ampliar as Cotas, avançar nas Políticas de Ações Afirmativas e ao mesmo tempo não promover um processo de exclusão na universidade. Mas, não se discute sem avaliar as histórias e experiências vividas. Nesse aspecto, a UNEB tem muito a nos ensinar. A UNEB, a primeira universidade do estado da Bahia a implantar o sistema de cotas, recentemente ampliou os grupos atendidos por sua política. Além das Cotas já usuais a UNEB incluiu o sistema de Cotas, Cotas para transexuais, travestis, transgêneros, quilombolas, ciganos e pessoas com deficiência, pessoas com transtorno do espectro autista e altas habilidades. Na mesma direção de incluir grupos socialmente excluídos a UFBA já oferece a partir de janeiro de 2019 Cotas para transexuais, transgêneros e travestis e refugiados ou imigrantes em situação de vulnerabilidade social. Além da UNEB e da UFBA, a UFSB criou um sistema de Cotas para pessoas transexuais, travestis e transgêneros. Nas universidades citadas acima as Cotas para os grupos socialmente excluídos são oferecidas na forma de sobrevagas, ou vagas adicionais. Na UEFS o sistema de sobrevagas já é utilizado para as Cotas dos estudantes indígenas e quilombolas, duas vagas adicionais em cada curso de graduação.
A resposta dada pelo grupo UEFS de Todos a sua própria pergunta de como avançar nas Políticas de Ações Afirmativas e de Inclusão na UEFS era o de seguir o mesmo caminho adotado pela UNEB, UFBA e UFSB. Ampliar as políticas de Cotas para a inclusão de grupos excluídos socialmente como transexuais e travestis, povos tradicionais como os ciganos, pessoas com deficiência, e pessoas com transtorno do espectro autista e altas habilidades. Da mesma forma que nas universidades acima já citadas o processo de Cotas da UEFS para esses grupos sociais podem ser feitos utilizando a adoção de sobrevagas nos cursos. A política de sobrevagas não altera a divisão atual de vagas oferecidas no processo de seleção para o ingresso, ou seja 50% para as Cotas e 50% para a ampla concorrência.
O grupo UEFS de Todos parabeniza o CONSU pela aprovação da ampliação da política de Cotas na UEFS na terça-feira (15) adotando uma política de sobrevagas para novos grupos excluídos da sociedade, tais como: ciganos; candidatos com deficiência; e transexuais, travestis ou transgêneros.
No entanto, essa discussão não se encerra em uma política de ampliação de vagas. É necessário que a Reitoria da UEFS garanta que as Cotas permitam o acesso a universidade a quem de fato tem direito a elas. Fraudes devem ser coibidas e para que essas fraudes não aconteçam é necessário a criação de uma comissão de HETEROIDENTIFICAÇÃO, já adotadas em outras universidades, para ratificar o processo de inscrição de estudantes cotistas.
UEFS de Todos, 17 de outubro de 2019.